Mudança no IR pode resultar em perda de R$ 45 bi na arrecadação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende ampliar a faixa de isenção do IR, mas não detalhou qual deve ser os critérios adotados para o cálculo nem qual a nova faixa salarial isenta de pagamento do imposto.
Além da faixa de isenção, o governo pretende reduzir a alÃquota máxima do Imposto de Renda para pessoas fÃsicas dos atuais 27,5% para 25%.
Atualmente, a alÃquota de 27,5% é cobrada dos contribuintes que ganham a partir de R$ 4.664,68 por mês.
ALÃQUOTA ÚNICA
Uma das propostas do novo governo seria adotar uma alÃquota única, entre 15% e 20%, para a maioria dos contribuintes. Essa ideia poderia provocar uma perda de arrecadação entre R$ 25 bilhões e R$ 45 bilhões ao ano, segundo cálculos do economista Sérgio Gobetti, especialista em tributação.
Para fazer o cálculo, o economista usou como base a ampliação da faixa de isenção dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil.
Pela proposta em estudo pela equipe econômica, haveria uma alÃquota única entre 15% e 20% para os contribuintes com salários superiores a uma faixa de isenção (que não foi informado, mas o economista colocou em R$ 2,5 mil porque acima desse patamar representaria uma perda "gigantesca" de arrecadação).
Para os mais riscos - que atualmente pagam uma alÃquota de 27,5% - haveria uma redução da carga para 25%, como informado mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro. O valor dos que pagariam a alÃquota de 25% não foi definido mas está em estudo que a renda seria de R$ 25 mil mensais.
Se a opção for pela alÃquota de 15%, a perda da arrecadação seria de pelo menos R$ 45 bilhões. Caso opte por uma faixa de 20%, o governo abriria mão de no mÃnimo R$ 25 bilhões de receitas.
"Não me parece uma mudança adequada para o momento, seja pela crise fiscal - o déficit das contas públicas -, seja por uma decisão de reduzir a tributação para quem ganha mais, incluindo os salários altos do funcionalismo público", disse. Segundo ele, mesmo que ocorram reduções das deduções, como gastos com saúde e educação, não compensaria a perda de arrecadação com a mudança na tabela. Uma saÃda seria adotar a tributação de lucros e dividendos por pessoas fÃsicas, mas essa opção obrigaria o governo a promover mudanças no IR de empresas para reduzir as alÃquotas.
Segundo o economista, a mudança na tabela pode provocar aumento de imposto para alguns contribuintes que ganham entre três e cinco salários mÃnimos. "O problema não é ter redução de impostos para quem ganha entre cinco e dez salários mÃnimos, mas beneficiar quem ganha acima de R$ 30 mil, R$ 40 mil", criticou.
Fonte: Diário do Comércio
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